OIT e Brasil promovem 1º seminário internacional sobre cadeias produtivas globais e trabalho decente

Mais de 25 representantes do Brasil, Mali, Tanzânia, Moçambique, Peru e Paraguai se reuniram no Centro de Formação da OIT, na Itália, para discutir o trabalho decente em cadeias produtivas globais.

Notícias | 28 de Junho de 2017
Como parte do projeto “Cooperação sul-sul para a promoção do trabalho decente em países produtores de algodão na África e América Latina”, foi realizado neste mês um seminário no Centro Internacional de Formação da OIT, em Turim, na Itália. O evento reuniu mais de 25 representantes do Brasil, Mali, Tanzânia, Moçambique, Peru e Paraguai entre os dias 5 e 9 de junho, com o objetivo de aprimorar conhecimentos, discutir e compartilhar as práticas e experiências do Brasil relacionadas ao trabalho decente na cadeia produtiva do algodão.
Todos os participantes do seminário reunidos no Centro Internacional de Formação da OIT, em Turim, na Itália.
O seminário foi organizado no âmbito de um projeto de cooperação sul-sul financiado pelo Governo brasileiro, através do Instituto Brasileiro do Algodão, e implementado pelo Escritório da OIT no Brasil. O projeto é parte do Programa de Cooperação Sul-Sul Brasil–OIT e busca contribuir para a promoção do trabalho decente nos países em desenvolvimento produtores de algodão, por meio da sistematização, compartilhamento e adaptação de experiências brasileiras em países interessados.

Para isso, o projeto promove uma abordagem que integra o desenvolvimento inclusivo e sustentável com o trabalho decente no setor do algodão, por meio da colaboração e o compartilhamento de conhecimento entre as instituições brasileiras atuantes no setor e suas contrapartes nos cinco países parceiros: Mali, Tanzânia, Moçambique, Peru e Paraguai.

Segundo a coordenadora de projeto da OIT, Fernanda Barreto, “a decisão de adotar um curso teórico como primeira ação do componente regional deste projeto global foi fundamental para criar uma unidade de entendimento entre os diferentes parceiros nos cinco países em que trabalhamos. A partir de então, poderemos desenvolver melhor as ações nos países, com foco na promoção do trabalho decente na cadeia produtiva do algodão”.

Cadeias Produtivas Globais

As Cadeias Produtivas Globais (CPG) são as peças dominantes da economia globalizada atual. A inserção nas CPGs pode contribuir significativamente para a criação de emprego, desenvolvimento de habilidades e transferência de tecnologia, entre outros. O algodão é uma das commodities importantes que viaja o mundo através das CPGs. Entretanto, a cadeia produtiva de roupas de algodão apresenta desafios em termos de déficits de trabalho decente, como informalidade, trabalho infantil, trabalho forçado, discriminação e liberdade de associação e negociação coletiva.

O seminário apresentou os conceitos de cadeias produtivas globais a partir de diferentes perspectivas e abordou alguns dos principais desafios para o setor. Os participantes discutiram temas como: direitos trabalhistas em cadeias produtivas; o papel das pequenas e médias empresas na promoção do trabalho decente, por meio da cooperação no local de trabalho e saúde e segurança no trabalho; a função das CPGs no desbloqueio do desenvolvimento social e econômico; e os papéis e responsabilidades dos governos, empregadores e trabalhadores para maximizar o impacto positivo de empresas multinacionais.

O conteúdo específico das diferentes sessões foram ministrados por especialistas da OIT, Banco Mundial e Iniciativa Better Cotton (BCI). Além disso, o seminário ofereceu uma plataforma para compartilhar as melhores práticas e experiências de instituições brasileiras, como a Agência Brasileira de Cooperação, a Associação Brasileira de Produtores de Algodão, o Ministério do Desenvolvimento Social, o Ministério do Trabalho e a Secretaria de Previdência Social, que também participaram do evento. Ao final dos cinco dias de trabalho, os participantes desenvolveram planos de ação para transformar o conhecimento adquirido em resultados concretos em cada um de seus países.